É jovem a terra: presenteemos
um ao outro com aquilo que é mais
finito: beijos, carne que se rasga,
passeios pela cidade que deixa
de nos pertencer, talvez o desterro
em brancos balneários ou até
a ternura por pássaros e ocasos.
Não ignoro: tudo findará
apesar de eu pouco pensar no fim.
Ainda é o começo, e não há
alegria maior que começar:
saber do lume que enlevadas mãos
incendeiam, de um corpo desbravar
a sua primeira vitalidade,
em um coração residir e nele
descobrir uma falhada inocência.
Mas é o começo, e no começo
em dádiva é possível transmudar
a mais bela, a mais frágil finitude.
domingo, 29 de março de 2009
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