Uma cidade santa é
uma cidade perdida.
O judeu chorou Sião
por estar na Babilônia
e por manar as lágrimas
que a areia frutificavam.
Quanto a mim, sou o arroio
que ao nascedouro retorna –
o que a água devolve é
o que foi adulterado.
As horas são como seixos
roídos até a nudez.
Aqui, os dias são como
antes: céu esvaziado.
No entanto, sob o vazio,
as crianças nascem, brincam
e os olhos do minotauro
não lhes parece perverso.
Aqui, a imagem do dia
é lavada até ser
como a estátua que todos
olham sem saber quem é:
eis o grandioso Apolo,
eis a sua fronte enegrecida.
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Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirDaniel:posso, um dia destes, colocar no
ResponderExcluirmeu blogue ou enviar para um grupo de amigos da poesia?Claro que continuo a gostar do que escreves...