Pode ser doçura
ou medo a infância.
Sei apenas que é
um encanto cego.
Dos olhos, o abrir
é maçã nascida
em noite sem dia
que seja farol.
Arrebol que rompe
vem muito depois.
O que era maçã
tornou-se coração
que o orvalho feria
e que o sol retalha.
Um dia claro é
o mais longo dia.
Diante dos olhos,
o céu, o subúrbio,
o sábado inútil,
a queda dos velhos.
Afiando os dentes,
o luar que aponta
e é mais que luar:
primeira nudez
que não se possui,
que respira longe,
que a insônia queima,
que afoga a cidade.
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Belíssimo poema em forma tão diferente da que é habitual ser a tua.
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