A CHUVA
A chuva distorce o claro e o escuro,
e quase apaga rostos
do homem e da mulher que estão parados
na esquina, sob a marquise.
Talvez seja melhor assim;
pensar que os rostos ainda existem
porque a esquina ainda existe
e porque chove como antes.
Talvez seja melhor esquecer
que os rostos se desmancharam
como se fossem feitos de cera
ou de qualquer outra matéria pálida.
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bom mesmo se tudo pudesse se apagar com a chuva.
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