quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

ainda antigos poemas de garotas

GAROTA DO ESCRITÓRIO

Primeiro interessou-me o seu ar espiritual,
as suas idéias, a sua percepção do mundo.
Depois notei o perfume (doce e delicado)
as marcas de batom nos copos descartáveis
e os seios que eram como pêras maduras.
E foi num debate (ela sentada, eu de pé)
sobre a existência ou não existência de Deus
(ela citando o Evangelho, eu Mersault)
que o telefone tocou e para atendê-lo
ela revelou a espantosa delícia
que eram as suas coxas grossas e rijas.
Estremeci e concluí que Deus ou a alma
são coisas distantes e sem propósito.
Quero fodê-la, penso e afirmo
com toda a vulgaridade que permite a poesia.

2 comentários:

  1. Já não me lembrava deste. Notável série, a das garotas, e poema excelente, de resto como o de baixo.

    Deve estar a receber o livro. Abraço.

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  2. TINHA -O GUARDADO, COMO GUARDO TODOS OS POEMAS DE QUE GOSTO.COMO DIZ O NUNO FOI/É UMA NOTÁVEL SÉRIE...

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