segunda-feira, 27 de julho de 2009

poema

AGOSTO ou A CHEGADA DO CALOR

Julho se esfarela e agosto
se alça sobre as nossas cabeças -
um sol limpo e antigo, que desperta
a paixão pelas línguas latinas.
Na chama da candeia acesa
busco versos que me falam do calor,
do medo da morte violenta,
das empoeiradas brisas no crepúsculo,
das faces turvadas pela marijuana,
das mulheres perfumadas após o banho,
das crianças que brincam na noite,
do luar que umedece as sombras,
dos vagalumes em praças alegres,
do jasmim que dorme ao relento
e das cidades onde o silêncio é um marulho.
Sol limpo e antigo, tão enrodilhado
na primavera que a sufoca e mata.
Logo virá dezembro, logo virá janeiro,
tardes pesadas, mormaços,
cheiro de terra, de chuva e torpor.

2 comentários:

  1. filho da mãe, escreve pra caráleo tanto em prosa quanto em verso!

    foda!

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  2. O Batonga tem toda razão :) Escreve bem para caráleo, tanto em versa como em prosa.

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