domingo, 25 de julho de 2010

Débora

Tantas vezes olhei Debóra:
o cansaço, em seus olhos,
surgia-me como a terra
em dura estação, cujo espólio
bate a agonia de raízes.

Pois Débora, ao final
do dia ainda lancina -
o corpo, eco animal,
pede o luar que cintila
e que as muitas matizes

do que é moreno o dourado
alcancem: fulgor vermelho
da aurora, coroado
e bruto lume, espelho
de olhos feito chafarizes.

3 comentários:

  1. Trabalho poético é trabalho de desassossego...«Lutar com palavras/é a luta mais vã/entanto lutamos/ mal nasce a manhã...»- Drummond sabia do que falava.
    Abraço, Daniel

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  2. Seu estilo é agradável. // Mudei de endereço: www.anarcofagia.com/sss

    E talvez ache interessante isto aqui: www.anarcofagia.com/

    Abraço!

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