domingo, 26 de abril de 2009

poema

POEMA PARA FICAR ALEGRE

Se me lembro dos seus olhos e fico triste
não vou ouvir sinatra e não vou beber conhaque
que isso aumenta a minha tristeza.
Vou ler aquele poema chinês escrito há mil anos
e que fala das acácias que perdem o cheiro
e da insensatez que é amar ou estar lúcido.
Depois vou até o fundo do quintal;
contemplo o céu estrelado, enluarado
e respiro os girassóis, as rosas, os jasmins.
Se a vida perdura, único milagre possível,
e se o aroma das flores volta após o inverno
porque não pensar que coisas simples e pequenas
- como o amor ou a tristeza de um homem -
tenham solução e que a alegria vai nascer
antes de raiar a próxima aurora?

4 comentários:

  1. E não é que eu fiquei?

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  2. Às vezes é tudo o que nos resta, não? Ficar alegre.

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  3. Bem que eu queria estar no mundo como Alberto Caeiro, viu? Mas sempre me senti mais próximo de Ricardo Reis.

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