terça-feira, 24 de maio de 2011

Para A Menina Que Mentiu o Seu Nome e Disse se Chamar Francisca

     Francisca, me dá a tua boca e o teu ventre.
     Francisca, me dá a tua madrugada de raízes túrgidas.
     Francisca, me dá um céu matinal e os teus cabelos na penumbra azul.
     Francisca tão igual a do poema de Manuel Bandeira que a ele direi: "Que bonita era Francisca.  Tão bonita que, ainda quando nada me dava, eu nunca deixava de dizer: "Que bonita era Francisca! Que bonito era o nome de Francisca!".

     A Francisca tanto eu pedi
     apenas por se chamar Francisca.
     Mas a ti, menina, a ti eu pedi tão pouco
     e tão pouco pedi apenas para dizer ao amigo morto:
     "Eu vi Francisca indo embora.
     Eu vi as auroras solitárias e com chuvas que principiaram bonitas."

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